O juiz Luis
Carlos Honório de Valois Coelho que na última terça-feira (24), julgou extinta
a pena aplicada ao ex prefeito de Coari-AM Adail Pinheiro, é suspeito de
possuir ligação com a facção Família do Norte e foi alvo de busca e apreensão
na segunda fase da operação La Muralla. Responsável pela Vara de Execução Penal
(VEP) do Fórum Henoch Reis do Tribunal de Justiça, em Manaus, Valois aparece
nas interceptações da comunicação de integrantes da Família do Norte realizadas
pela Polícia Federal.
Encaminhado
ao Superior Tribunal de Justiça (STF), o pedido de busca e apreensão do
Ministério Público Federal relaciona a necessidade das medidas cautelares
contra o juiz aos “fortes indícios de participação do magistrado no ajuste
criminoso destinado à liberação de presos integrantes do grupo FDN.”
Ao autorizar
as diligências contra Valois, o ministro Raul Araújo, do STJ, apontou como
relevante “a informação de que em momento de crise institucional no sistema
prisional do Estado do Amazonas, o mencionado magistrado teria solicitado apoio
dos presos para permanecer na função”. A solicitação foi flagrada pela PF em
conversas interceptadas entre advogados da FDN e um dos líderes da facção
chamado José Roberto.
Em uma das
mensagens, a advogada Lucimar Vidinha, apontada como integrante da FDN,
conversa com José Roberto “sobre a possibilidade de elaborar um
abaixo-assinado por todos os presos”. Segundo a PF, após a conversa, José
Roberto ordenou que Vidinha conversasse pessoalmente com Valois “esclarecendo
que se fosse isso mesmo que o magistrado precisasse, a ordem seria dada aos
presos”.
Para o MPF,
“ao cotejar os elementos de investigação relacionados ao primeiro grau do Poder
Judiciário amazonense, é possível verificar, desde logo, a hipótese de
participação do Juiz Luis Carlos Honório de Valois Coelho no ajuste
criminoso destinado à liberação de presos integrantes do grupo FDN.”
Veja as conversas citadas pela PF que citam o juiz Valois:
Fonte: Estadão
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